A cidade de Maputo é palco da terceira Conferência Internacional Sobre a Participação da Mulher no Desporto que é organizada pelo Movimento da Mulher no Desporto MODESP, e que decorre na Faculdade de Educação Física e Desporto, da Universidade Pedagógica. O evento tem como lema a “Participação da Mulher no Desporto em Moçambique” e pretende trazer uma abordagem acerca das Oportunidades, Obstáculos, bem como as Perspectivas de Superação do sexo feminino na actividade desportiva.
Por Artur Manhique
No debate em formato de Mesa Redonda, vários temas estão a merecer discussão profunda pelos participantes, tal é o caso das “Uniões Prematuras Como Obstáculos Para a Participação Feminina no Desporto em Moçambique”, bem como o tema relacionado com o "Assédio, Violência e Abuso como Obstáculos à Participação Feminina no Desporto em Moçambique".
No que diz respeito ao primeiro tema, Jofredino Faife, orador em representação da UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, considerou que a política, a oferta, a economia são alguns dos obstáculos que dificultam a participação feminina no desporto bem como as normas de género, onde a nível nacional, a sociedade tem padrões que não reconhecem o espaço da mulher no Desporto, passando por momentos de rejeição bem como descriminação àquelas que optam por abraçar a área.
Linda Mucavel, professora de Educação Física e membro da MODESP, trouxe para o debate aspectos relacionados ao assédio como barreiras para a inclusão da Mulher no Desporto no país. Para ela, o assédio sexual no desporto pode ocorrer nas competições de alto rendimento, podendo vir da parte dos superiores hierárquicos, desde treinadores ao pessoal dirigente das Federações, e pode, de alguma forma influenciar no desempenho da mulher como atleta no exercício das suas actividades e em alguns casos, fazer com que ela opte por desistir da prática desportiva por não se sentir segura.
Uma das convidadas, Palmira Pedro Francisco, em representação da Federação Moçambicana de Futebol (FMF) reforçou que o assédio é crime e as instituições responsáveis devem ter um tratamento exaustivo dessa questão de modo a dar um desfecho e responsabilizar o indivíduo infractor. Como também, os clubes, as Federações e as associações devem criar gabinetes de “Safe Guard”, para fazer um acompanhamento do dia-a-dia das atletas para que elas possam ter espaço para expor os casos e dar prosseguimento nas instâncias judiciais.
À margem da realização da terceira Conferência Internacional Sobre a Participação da Mulher no Desporto, o MODESP assinou um memorando de entendimento com o IMEDE – Instituto Médio do Desporto e Educação Física de Moçambique, acto assinado entre a Presidente da MODESP, Natércia Tomás, e o Director do IMEDE, Paulo Saveca. Por outro lado, o MODESP como recebeu material desportivo oferecido pela Casa de Moçambique em Portugal que esteve representada pelo seu presidente, Enoque João. (LANCEMZ)
