O treinador da Black Bulls, Hélder Duarte, expressou a sua frustração com os comentários que indicam que a sua equipa está a ser favorecida pelas arbitragens ao longo do Moçambola 2024 em que segue na primeira posição com 23 pontos em 30 possíveis. O treinador português lamentou esses comentários, bem como os incidentes que assolam o futebol moçambicano e criticou a falta de reconhecimento pelo esforço e sucesso da sua equipa.
Por Redacção LanceMZ
Hélder Duarte não quis deixar em branco os comentários pouco abonatórios em relação à prestação da sua equipa e recorreu às estatísticas da presente época para demonstrar que os resultados que a sua equipa tem alcançado em todos jogos nada tem haver com um pretenso favoritismo pelas equipas de arbitragens.
“Foi uma semana difícil para mim, porque eu acho que não estou aqui a fazer nada. Acho que devia ter ficado no Ferroviário da Beira, ou então ter aceite o convite do Songo. Porque tudo o que estes jogadores fazem, desde o início da época, parece que não tem valor, tendo em conta os comentários que são feitos, nós fizemos 22 jogos oficiais nesta época, temos 18 vitórias, 4 empates, 70 golos marcados, são 70 golos! E temos 30 sofridos. Acho que é injusto aquilo que as pessoas fazem com a Black Bulls”, lamentou o técnico português.
Na mesma senda, Hélder Duarte refutou as acusações de que a Black Bulls se beneficia de arbitragens, destacando que o clube só ganhou o Moçambola uma vez desde 2021.
“Toda a gente diz que a Black Bulls ganha com a mão dos árbitros, agora vou perguntar: desde 2021 que a Black Bulls está no Moçambola, quantas vezes ganhou o título de campeão? Uma! Se estivesse a roubar, ganhava todos os anos. Porquê é que não ganhou? Em 2022 não ganhou porquê se estava a roubar?”, questionou o treinador luso.
Para acrescentar, citou casos de decisões controversas da arbitragem em jogos de outras equipas.
“O que é que aconteceu no Songo com o Incomáti? O que é que aconteceu no último jogo entre o Ferroviário de Maputo e o Songo? Toda a gente sabe Mas, convém apenas dizer que é só a ABB que rouba. Ou é a ABB que rouba?”, questionou.
DUARTE RELATA CENÁRIO DE GUERRA E INTIMIDAÇÃO NA SOALPO
Um dos casos mais recentes que marcou o campeonato nacional ocorreu no Campo da Soalpo na partida envolvendo as equipas do Textáfrica e ABB que culminou com lançamento de gás lacrimogéneo no campo, e Duarte, contou um dos episódios que antecedeu a partida.
“Quando nós chegámos lá, não podíamos entrar pela porta que entram os jogadores do Textáfrica. Tivemos que dar uma volta enorme. Isto é primeira divisão de Moçambique, há que ter normas e regras. Quando chegamos ao túnel, havia oito pessoas armadas até os dentes. Com todo respeito, mas pensei que estava em Cabo Delgado. Quando nós entramos no cenário daqueles, estávamos logo a contar que vai haver problemas porque não é normal aquele cenário”, salientou o treinador dos “touros”.
Por outro lado, Hélder Duarte, sublinhou que os “touros” irão continuar lutando contra todas para seguir vencendo apesar da dura inveja que têm sido vítimas.
“Temos infraestruturas que clubes com cem anos de existência não tem. Por isso, a inveja é muito dura aqui. É muito dura. Temos um projecto que ninguém tem. E temos um orçamento muito mais baixo do que todos ou quase todos. Principalmente aqueles que estão a lutar pelo título, por isso, estamos aqui todos os anos a lutar para vencer. E vamos continuar a lutar para vencer. Contra quem quer que seja. Venham para cima de nós. Estes atletas aguentam com tudo. Estas críticas são gasolina para os nossos atletas”, acrescentou.
Sublinhando ainda o profissionalismo dos seus atletas:
“Não ponham em causa o que é o nosso profissionalismo. Nós passamos muitas horas a trabalhar. Nós dedicamos profissionalmente a isto. Nós vivemos disto. Estes homens (os jogadores) passam o cabo dos trabalhos comigo. Agora, não brinquem com o meu profissional, com o profissional destes jogadores”, afirmou o treinador da Black Bulls. (LANCEMZ)
