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MJD paga metade da dívida da premiação aos atletas medalhados

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Volvidos oito anos, os 176 atletas e agentes desportivos que conquistaram medalhas ao serviço do país em competições internacionais poderão, finalmente, ver os seus prémios refletidos nas contas bancárias. Isto porque, nesta sexta-feira, 25 de Abril, o Ministério da Juventude e Desportos procedeu à entrega de 15 milhões de meticais, referentes ao pagamento de prémios desportivos acumulados desde 2017. Este montante corresponde a cerca de 50% dos 31 milhões que o Governo prevê pagar no âmbito do programa dos 100 dias de Governação.

 

Por Artur Manhique

 

“Reconhecemos que, durante cerca de sete anos, muitos dos nossos campeões, atletas, treinadores e membros das comitivas não receberam os prémios e incentivos a que têm direito legalmente. Sabemos que esta espera foi longa e desagradável para todos. O Governo, consciente desta dívida moral e institucional, empreendeu esforços adicionais para restabelecer o que é de direito e honrar com os seus compromissos. Este é um compromisso que assumimos com seriedade, porque acreditamos que honrar os nossos heróis é honrar o nosso país. Queremos, com este gesto, iniciar, de forma serena, transparente e firme, uma nova etapa, onde os direitos dos agentes de desportos sejam garantidos com regularidade, com justiça e com dignidade”, disse Caifadine Manasse.

 

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O ministro garantiu que, neste novo ciclo, a sua equipa vai trabalhar no sentido de evitar que situações do género voltem a acontecer. Reforçou ainda o compromisso do Executivo em saldar o valor remanescente dos prémios.

 

“Este é um novo ciclo de governação, vamos trabalhar para que não aconteça mais este tipo de situação. Pagamos, sim, os 50% e também nos comprometemos a fazer ainda neste semestre para fechar toda a premiação que temos em dívida”, completou o dirigente da MJD.

 

APELO À RESPONSABILIDADE DAS FEDERAÇÕES

 

O valor já foi transferido para as federações de cada modalidade, que ficam encarregues de efectuar os pagamentos aos respectivos atletas. Manasse exortou essas entidades a tratarem do processo com total responsabilidade e transparência.

 

“Exortamos as próprias federações para olharem este sinal com muita responsabilidade. O dinheiro que é para pagar os atletas, paguem os atletas e não haja outro tipo de história que tentem contornar, porque este é um direito que os atletas têm e nós respeitamos as federações, temos certeza que elas são idóneas e elas vão fazer a sua parte”.

 

Por seu turno, os presidentes das Federações saudaram o gesto do Governo, considerando-o como um reconhecimento justo do esforço dos desportistas e garantiram que pautarão pela transparência no processo de pagamento.

 

“Foi um grande gesto do governo, porque os desportistas têm desfrutado muito, têm levado o nome de Moçambique aos pódios no exterior. Nós pautamos pela transparência e acho que os meus colegas também pautam pela transparência. Acho que vamos receber o dinheiro e vamos canalizar os melhores atletas, conforme está listado”, disse Deolinda Mabote, presidente da Federação Moçambicana de Natação.

 

“Nós como federação devemos, como disse a Excelência, Ministra da Juventude e Desporto, pagar na íntegra, porque temos um prazo para justificar o Fundo de Promoção Desportiva de que os pagamentos chegaram aos legítimos beneficiários”, Momed Valá, dirigente da Federação de Voleibol.

 

BENEFICIÁRIOS SATISFEITOS

 

Entre os beneficiários, apesar de ser apenas metade, o sentimento é de alívio e gratidão. Os atletas mostraram-se satisfeitos com o início dos pagamentos. Já Lucas Sinoia, selecionador nacional de Boxe, enalteceu a medida, classificando-a como um incentivo merecido e motivador.

 

“Apesar de ser 50%, estamos muito felizes por esse reconhecimento. É de acordo com o nosso esforço durante esses sete anos, lutando pelo desporto moçambicano e pela nossa modalidade”, disse Rady Gramany.

 

“É melhor que nada, sim. Estamos muito satisfeitos, porque quando iniciou este processo há, sensivelmente, quatro anos e meio, começamos com uma simples carta, uma missiva que fizemos para o fundo, e quase que não foi bem respondida. Tivemos que criar um mecanismo de juntar mais o grupo, ter o grupo mais coeso e fazer perceber que não estávamos a fazer nada mais digno do nosso direito. O importante é que conseguimos e estamos felizes. O governo percebeu que era um bem maior”, referiu o treinador de Voleibol, Delcio Soares.

 

“É um bom princípio. É um prêmio merecido a todos os atletas. Todo mundo estava com sede desse prêmio e motiva os atletas que realmente precisam fazer o desporto”, completou Lucas Sinoia, seleccionador de Boxe. (LANCEMZ)

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