O desporto moçambicano carece de gestores profissionais e que possam contribuir para o alcance de melhores resultados, segundo revelou o Presidente do Comité Olímpico de Moçambique, Aníbal Manave, na cerimónia de abertura oficial do Ano Académico da Escola Superior de Ciências do Desporto da Universidade Eduardo Mondlane, na manhã desta quarta-feira, 6 de Março.
Por Alfredo Júnior
“Desafios e Oportunidades na Gestão Desportiva: Uma Visão Panorâmica para o Desenvolvimento Sustentável do Desporto no País” foi o tema da aula de sapiência proferida pelo Presidente do Comité Olímpico, Aníbal Manave, dirigida a jovens estudantes da Escola Superior de Ciências do Desporto da UEM.
Manave começou por dizer aos estudantes que o tema escolhido para marcar a abertura do ano académico é bastante complexo, tendo considerado que a gestão desportiva no país ainda é primitiva, carecendo de gestores profissionais para alavancar a prática do desportiva.
“Podemos considerar que a gestão desportiva em Moçambique ainda é feita de forma primitiva, não são aproveitados os quadros que são formados nas nossas universidades, são pessoas que são treinadas lerá desempenhar algumas tarefas o que daria uma mais valia para a melhoria do desempenho do desporto no país. Se nós não tivermos gestores de qualidade ao nível de clubes, das federações e associações se não tivermos técnicos de qualidade dificilmente daremos o salto de outros patamares ”, considerou Manave.
O Presidente do Comité Olímpico de Moçambique disse que uma das soluções para ultrapassar esse calcanhar de Aquiles é absorção dos gestores que estão a ser formados pela academia, dando exemplo da sua instituição que já está a seguir por esse caminho contratando e dando oportunidade de estágios profissionais a estudantes da ESCIDE e não só.
“Nós no Comité Olímpico temos tido uma boa experiência de receber estudantes formados nas universidades, uns que fazem estágios e outros que acabam ficando, e tem sido uma experiência e temos tido bons resultados, tem sido uma experiência interessante. Porquê é que as federações não tem pessoas com formação desportiva? Porquê não contratamos técnicos de qualidade formados aqui nas universidades? O Secretário Geral deveria ser alguém com conhecimentos de gestão desportiva e não ser um dos que sai do grupo de amigos que venceu uma eleição. Portanto, é preciso nós próprios termos a coragem de colocarmos alguns critérios na própria estrutura que obrigue que tenhamos que contatar gente formada”, referiu o Presidente do Comité Olímpico de Moçambique.
APRENDER PELO EXEMPLO PRÁTICO
Para Paulo Gumende, Director do ESCIDE - UEM, a realização de aulas desta natureza com os fazedores do desporto e do movimento associativo, visa transmitir exemplos práticos aos estudantes que estão a ser formados para que possam conhecer a realidade daquilo que poderão encontrar no mercado trabalho.
“Dentro daquela perspectiva que é aprendendo fazendo, para nós nos interessa toda a experiência daqueles que são os fazedores pertence estes ao movimento associativo e engenheiro Aníbal Manave é prova inequívoca disso para aquilo nós pretendemos mais do que teorias o que nós queremos é a prática, tendo em conta que nós não estamos a formar para dentro da universalidade, mas sim para extra murro a UEM com o objectivo de prover e fazer a transformação social que nós pretendemos”, referiu Paulo Gumende.
Quem saiu satisfeito com os ensinamentos colhidos nesta aula foram os estudantes que dizem ter saído enriquecidos com a experiência transmitida também pelo Presidente da FIBA-África.
“É muito bom, porque abre a mente de nós como jovens estudantes sobre como implementaremos os conhecimentos depois da formação e também da-nos mais experiência sobre como nos inserir na gestão desportiva, sabemos que no movimento associativo existem pessoas experientes que nos podem dar os tópicos para que nós como iniciantes saibamos como nos inserir na gestão desportiva” disse o estudante do ESCIDE Avelino Mucasse.
Refira-se que a ESCIDE tem vindo a promover várias palestras que permitem a interação dos estudantes com membros do associativismo desportivo e não só, para que possa complementar com os conhecimentos científicos que são transmitidos ao longo da formação.
O evento de realizado nesta quarta-feira foi também marcado por uma actuação musical proporcionada pela saxofonista Ivete Vales.










