Apesar de não ter conseguido a conquista da tão almejada qualificação aos Jogos Olímpicos Paris 2024, o Presidente da Federação Moçambicana de Voleibol, Mahomed Valá, faz uma avaliação positiva da prestação da dupla José Mondlane e Osvaldo Mungói que na praia de Martil, em Tétouan no Marrocos, demonstraram estarem a evoluir no seu nível competitivo.
Por Alfredo Júnior, em Tétouan no Marrocos
Para Valá a boa prestação de Zelito e Touch está relacionada com o recente estágio que os atletas observaram no Brasil e em Portugal, que permitiu a evolução no seu nível competitivo como evidenciam os resultados alcançados nesta etapa de qualificação aos Jogos Olímpicos Paris 2024.
“Foram dois meses de trabalho, o nosso objectivo era estar na final e vencer. Fizemos a nossa caminhada passo a passo, conseguimos ir à final, mas Marrocos foi melhor e venceu. Esta prestação muda uma página, podemos agora concentrar e definir o nosso foco para atacar o próximo ciclo olímpico, pelo que há necessidade de reorganizarmos a casa e criar mais oportunidade para estes jovens”, disse Valá.
O Presidente da FMF considerou ser urgente que os atletas e outros beneficiem de estágios de longa duração além fronteiras e em países com tradição no vólei de praia, de modo a que o país possa almejar a qualificação para eventos de grande dimensão como os Jogos Olímpicos.
“Dado o nível competitivo da nossa zona, região e continente, há necessidade de se tirar esses jovens para fora do país para terem outro nível competitivo e melhorarem o seu desempenho. Esse será o nosso foco para mantermos estes resultados, conseguimos estar no pódio em todos os eventos que participamos, isso é bom, mas temos que pensar para além do pódio. E sem um ritmo competitivo e adversários diferentes será muito difícil”, comentou o Presidente da FMV para depois acrescentar que “já sabemos qual deve ser a nossa aposta, tirar estes jovens para mais provas e vamos direccionar as nossas forças e sinergias para esse ponto que já identificamos previamente com vista a estar aqui e nos próximos quatro anos mudar esta faixa”. (LANCEMZ)
“Zelito e Touch tem muito potencial” – Alexandre Pontel, Treinador de Moçambique
“Em primeiro lugar queria agradecer a todos que nos acompanharam e nos deram força apoiando a nossa equipa. Acho que fizemos um grande trabalho, a equipa lutou, batalhou, mas infelizmente as usadas acabaram por não encaixando perante o Marrocos. Não conseguimos executar o que treinamos diante uma equipa mais experiente, e acabamos por cometer pequenos erros que nos jogos anteriores foram compensados pela inexperiência das outras equipas e Marrocos não nos perdoou-o. Mas o nosso trabalho foi feito, realizado os nossos atletas melhoraram de nível, mas o que atingimos ainda não foi suficiente para atingir uma qualificação olímpica. Os rapazes demonstraram que tem muito futuro pela frente, o Zelito e o Touch são atletas com muito potencial e muito dedicados. Para quem perdeu aqui iniciou o ciclo de 2028 é necessário fazer novos planos e direcionar os objectivos do voleibol de praia de Moçambique”.
“Eles foram mais regulares” – Osvaldo “Touch” Mungoi, jogador moçambicano
“Dar os parabéns à equipa pelo desempenho e agradecer a todos que nos apoiaram, em Moçambique e no Brasil. Infelizmente não foi desta vez, demos tudo que podíamos dar para vencer o jogo, mas fizemos um bom campeonato, tivemos uma boa performance. Acho que a diferença esteve no número de erros que cometemos e na regularidade que eles têm, eles são uma equipa mais experiente e foram melhores”.
“Temos que trabalhar duro” – José “Zelito” Mondlane, Jogador moçambicano
“A dupla do Marrocos esteve bem e o principal factor que esteve por detrás da nossa derrota está relacionada com o facto de não termos conseguido fazer o nosso jogo e isso acabou por colocar a equipa abaixo da nossa performance habitual. Temos que continuar a treinar e não desistir nunca, agora temos que nos focar no novo ciclo de quatro anos e treinar o máximo que pudermos”.
“A região esteve bem representada” – Khalid Kassamo, Presidente da ZONA VI da CAVB
“O objectivo da região não foi conseguido, queríamos ter no top 3 das três equipas, mas no top 5 as três equipas da Zona estão lá, com segundo lugar para Moçambique, terceiro para África do Sul e quarto para o Botswana e isso enaltece-nos e dá-nos forças para continuar a trabalhar. Lamentar o facto de a prova apurar apenas um representante de África em feminino e outro em masculinos, no Conselho de Direcção da Confederação Africana de Voleibol, temos abordado esta questão e solicitamos à Federação Internacional para aumentar para dois representantes, mas ainda não tivemos sucesso. Vamos continuar a batalhar por esse acréscimo, visto que África já tem um nível que merece ter dois representantes nos Jogos Olímpicos”.