O Presidente do Município de Maputo Razaque Manhique, visitou esta quinta-feira, 25 de Fevereiro, os clubes históricos Grupo Desportivo Maputo e Clube Desportos da Maxaquene, tendo deixado ficar um incentivo individual de 100 mil Meticais e apelado para o desgaste das colectividade cuja história confunde-se com a do desporto moçambicano.
Por Alfredo Júnior
Cerca de um ano depois de ter sido eleito Edil da Capital do país, Manhique foi reviver de perto a histórias das colectividades da baixa de Maputo e conhecer o actual cenário que marca a vida dos mesmos. A visita começou pelo Desportivo Maputo tendo o Presidente do Município escalado o antigo campo de salão hoje revestido de relva sintética, para de seguida inteirar-se da recuperação da piscina que vai permitir o regresso da prática da natação pelos “alvi-negros”.
Depois de conhecer os campos que estão próximo as barreiras, Razaque Manhique dirigiu-se a sede do clube onde está exposta parte da história dos “alvi-negros” tendo deixado se fotografar com uma das duas Taças de Campeão Africano de Basquetebol Sénior Feminino conquistado pelo Desportivo Maputo.
Impressionado pelo histórico do clube e comovido com a realidade actual dos “alvi-negros” Razaque Manhique fez a oferta individual de um cheque de 100 mil Meticais, ao mesmo tempo que sublinhava a importância do Desportivo Maputo no panorama desportivo nacional.
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“Para que possamos compreender as dinâmicas do nosso futebol é importante que estejamos por perto e a forma de estar por perto é vir cá, compreender as dificuldades que tem. É preciso compreender igualmente os sucessos que o nosso futebol tem, porque muitas vezes reclamamos só de dificuldades. Mas é preciso também que anotemos os sucessos. E achamos bem vir cá e também apoiar. Este é um apoio que trouxemos também a título pessoal”; disse Razaque Manhique.
APELO AO RESGATE DOS CLUBES HISTÓRICOS
Manhique apelou ao resgate do Desportivo Maputo, cuja história confunde-se com a do desporto moçambicano, até porque por lá passaram as maiores referências do desporto nacional, tal é o caso de Maria de Lurdes Mutola a única Moçambique a sagrar-se campeã olímpica.
“Eu quero ver um melhor futebol, você também quer ver um melhor futebol, mas muitas vezes ficamos de longe e achamos que outras pessoas é que devem fazer esse bom futebol. Então este é um desafio que lanço a todos aqueles que são amantes do nosso desporto e, de forma particular, do futebol, para que estejamos próximos destes clubes. Se queremos ver o brilho, é importante que estejamos colados a eles”, referiu o Edil de Maputo.
O gesto foi enaltecido pelo presidente do Desportivo Maputo, Ângelo Matinene, para quem esta visita abre boas perspectivas no relacionamento entre as duas instituições.
“É um balanço positivo. Estamos vivamente felizes por esta visita. Nós olhamos para o Município como um parceiro estratégico. Naturalmente, cimentamos mais ainda o nosso relacionamento saudável e penso que haverá mais ganhos depois desta visita proporcionada aqui pelo presidente. E vamos ver se é possível interagirmos com o município em várias outras vertentes. E vamos estudar quais são os âmbitos em que nós e o município podemos encontrar formatos ideais para que possamos trabalhar juntos”, disse o Presidente do GDM.
Depois de deixar-se fotografar ao lado de duas lendas dos “alvo-negros”, Pedro Sitóe, o autor do primeiro golo pela selecção de Moçambique pós-independência, e Mário Dique, Razaque Manhique saltou o murro e foi visitar o vizinho e rival “alvi-negro” Clube Desportos da Maxaquene, também centenário.
EDILIDADE IMPLACÁVEL À VENDA DE CAMPOS
Mau grado a chuva que impediu uma visita mais detalhada, Manhique percorreu o pavilhão do Maxaquene e inspirado pelo ambiente na velhinha catedral da bola-ao-cesto nacional ensaiou lançamentos livres que acabou não acertando. Mas, o edil acertou já no interior do gabinete da direcção “tricolor” ao voltar a tirar da sua algibeira mais um cheque no valor de 100 mil Meticais, reiterando que ao longo do seu consulado vai ser contra a venda de infraestruturas desportivas.
“Para mim, o campo é o objeto de qualquer clube. Então, não gostaria de entrar no que aconteceu com os outros clubes no passado. A verdade é que nós devemos dar valor aos campos de futebol que temos. A nível do município, sabe que temos campos nos bairros e estes campos devem ser valorizados, devem ser reestruturados, devem ser requalificados. Nós prometemos isso antes e vamos cumprir. Queremos que as nossas crianças que estão nos bairros tenham a oportunidade de desfilar em campos organizados. E há de notar que quando nós começarmos a dar valor aos campos que nós temos nos bairros, facilmente teremos campos e fazer render os nossos clubes e não nos afastarmos dos campos”, comentou Razaque Manhique.
A direcção do Maxaquene, na voz da Abraão Muianga, agradeceu ao gesto que enaltece a importância do Maxaquene no panorama desportivo nacional.
“Quando temos a entidade máxima da Cidade de Maputo a visitar as nossas infra-estruturas isso mostra algum interesse por parte da entidade em querer participar naquilo que é o desenvolvimento do desporto moçambicano, sobretudo aqui na infraestrutura do Clube Desportos da Maxaquene que tem no seu pavilhão um cartão de visitas da cidade de Maputo”, disse Muianga.
Refira-se que Razaque Manhique deixou ficar a promessa de visitar outras colectividade que movimentam o desporto ao nível da cidade de Maputo. (LANCEMZ)