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Panguana e Gramane comandam quarteto moçambicano no Mundial de boxe boicotado por 11 países

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As pugilistas moçambicanas Alcinda Panguana (dos 66-70 kg) e Rady Gramane serão algumas das figuras de cartaz do Campeonato do Mundo de Boxe que vai decorrer de 15 a 26 de Março corrente em Nova Deli, na Índia, uma prova que é marcada pelo boicote de 11 países que contestam presença de atletas russas e bielorrussas (com as respectivas bandeiras) na competição.

 

Por Redacção LanceMZ

 

Panguana (medalha de prata) e Gramane (medalha de bronze) querem superar aquilo que foi a presença no Mundial decorrido na Turquia em que Moçambique foi pela primeira vez ao pódio de uma competição do género.

 

Para além das duas pugilistas, Moçambique contará com as presenças de Helena Bagão que vai competir nos 50-52 quilogramas e Benilde Macaringue nos 52-54 quilogramas são as atletas que completam a selecção nacional conduzida por Lucas Sinóia.

 

Por forma a ambientar-se ao clima de Nova Deli, o combinado nacional de boxe chegou de forma antecipada à Índia, onde observa um estágio de cinco dias antes do início da competição que para além de distribuir prémios monetários, vai servir para a pontuação para a qualificação aos Jogos Olímpicos Paris 2024.

 

BOICOTE DE 11 PAÍSES

 

Não é propriamente a competição desportiva com mais seguidores, promete ficar como a competição que mais pessoas irão seguir até que comece daqui a dois dias. A Noruega juntou-se a todos os países que anunciaram o boicote ao Campeonato do Mundo de boxe feminino que se vai realizar na capital indiana de Nova Deli, invocando como justificação aquilo que todos os restantes tinham alegado aquando da decisão: a presença de atletas russas e bielorrussas (com as respectivas bandeiras) na competição.


Desta forma, e entre as 48 medalhas entregues na edição do ano passado que não contou com representantes dos dois países pelas sanções aplicadas após a invasão da Ucrânia, são já oito as atletas que não marcarão presença para defender o pódio conquistado em Istambul: Amy Broadhurst, Lisa O’Rourke (Rep. Irlanda), Rashida Ellis (EUA), Oliwia Toborek, Lidia Fidura (Polónia), Chelsey Heijnen (Países Baixos), Tammara Thibeault e Charlie Cavanagh (Canadá). Além destes, também e da supracitada Noruega, já anunciaram também a sua ausência a Suíça, a Grã-Bretanha, a República Checa e a Suécia, além da Ucrânia.

Ainda não estão confirmados mais boicotes mas a Noruega, tal como outros contestatários, anunciaram que a decisão será semelhante se Rússia e Bielorrússia estiverem no Campeonato do Mundo masculino que se realiza em maio no Usbequistão e nos Europeus Juvenis entre abril e maio na Arménia.

Em resposta a estes movimentos, a IBA (International Boxing Asociation), que é liderada pelo russo Umar Kremlev, já se mostrou disponível para ajudar economicamente todas as atletas dos países que falharão a prova por boicote, seja para competirem, seja apenas para assistirem nas bancadas neste mês de março em Nova Deli . “As atletas não devem estar sujeitas a nenhum tipo de jogo político. As decisões de todas essas federações nacionais não refletem as opiniões dos desportistas, dos treinadores e dos árbitros”, justificou George Yerolimpos, secretário geral e diretor executivo da IBA, após o anúncio da Noruega.

De recordar que, ao contrário do que acontece em muitas federações internacionais, a IBA decidiu no mês de Outubro terminar o boicote a atletas russos e bielorrussos. “A IBA clama pela paz e permanece como um pacificador em quaisquer conflitos, independentemente da sua nacionalidade e residência. As equipas da Rússia e da Bielorrússia poderão apresentar-se com as suas bandeiras e os hinos nacionais serão tocados caso ganhem a medalha de ouro”, comentou Umar Kremlev no comunicado que justificou a decisão.

Também em Outubro, a IBA decidiu suspender a federação ucraniana por ter pedido a demissão ou a renúncia de Umar Kremlev, neste invocando que Kyrylo Shevchenko não tem legitimidade para ser o líder da federação e que o verdadeiro presidente é Volodymyr Prodyvus, um amigo pessoal de Kremlev. As decisões afastaram ainda mais o boxe do programa olímpico, depois da boa experiência em Londres-2012 e da saída antes de Tóquio-2020: em Paris-2024 estará de novo ausente, em Los Angeles-2028 (para já) também. (LANCEMZ)

 

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