A selecção nacional de basquetebol sénior masculina entrou para a última etapa de preparação da sua presença na segunda edição do AfroCan-2023, prova destinada aos jogadores que actuam localmente e que vai ter lugar na cidade de Luanda, de 8 a 16 de Julho próximo. O Seleccionador nacional, Milagre Macome, vai definir nos próximos dias a lista dos 12 jogadores que seguirão viagem à capital angolana para tomar parte nesta competição, que servirá de rampa de preparação para a fase de qualificação ao próximo AfroBasket.
Por Alfredo Júnior
Dos 25 jogadores inicialmente convocados para os trabalhos do combinado nacional destaca-se a ausência de justificada de Ismael Noormamade (devido a problemas físicos) e Ayade Munguambe (por razões pessoais), sendo que Milagre Macome trabalhou com restante grupo numa corrida contra o tempo para colocar a equipa numa boa forma.
“Só faz falta quem está aqui presente, o Noormamade não pode juntar-se ao grupo por lesão, o Ayade por razões pessoais, mas contamos com estes que estão a treinar que não são jogadores quaisqueres pelo que esperamos dar o melhor de nós nesta competição”, disse o treinador moçambicano.
Por forma a lutar a dar mais volume de trabalho no pouco tempo que teve disponível para preparar a selecção, Milagre Macome tem realizado sessões bidiárias que ocorrem no pavilhão do Desportivo Maputo na capital do país.
“Falta pouco tempo para a prova, deveríamos ter começado há mais tempo, infelizmente isso não aconteceu. Porém, a equipa está a preparar-se a contento, certo que falta uma e outra coisa, mas agora não há que chorar pelo leite derramado, cabe a nós como treinadores preparar a com básico para que joguem no máximo das suas capacidades”, referiu o Seleccionador Nacional.
Macome está ciente do défice competitivo que os seus jogadores apresentarão nesta competição, no entanto prepara o seu cinco para que dê o melhor de si de modo a dignificar o nome do país nesta prova de nível africano.
“Vamos ter que fazer das tripas o coração, não há que lamentar é nossa função como treinadores preparar a equipa para dignificar o país, temos que não temos outra hipótese tendo em conta que é sabida essa situação da sua competição”, refere o técnico.
ABORDAR A PROVA JOGO A JOGO
Esta será a primeira presença de Moçambique no AfroCAN depois de na edição passada o país não se ter feito representar na prova devido a questões financeiras. Milagre Macome diz que o combinado vai abordar a prova jogo a jogo.
“Iremos abordar a prova jogo a jogo tentando ganhar o máximo de jogos possíveis, infelizmente não conseguimos condições para a equipa fazer jogos de controlo, vamos ter que preparar a equipa aqui no país, o grupo está coeso, motivado e tranquilo, estamos a prepararmo-nos para apresentar o melhor basquetebol possível de Moçambique em Angola”, disse Milagre Macome.
Moçambique está integrado no o Grupo D, a par das selecções da República Democrática do Congo (campeã em título) e Camarões. No Grupo A, o vice-campeão de 2019, Quénia, enfrentará o Gabão. O Grupo A ficará completo com o vencedor do playoff entre a Guiné da Zona 2 e as equipas das Zonas 3. A anfitriã Angola vai defrontar o Mali e uma equipa a ser classificada como wild-card (convidada) no Grupo B. O Grupo C ficará completo com Marrocos e os vencedores das eliminatórias das Zonas 1 e 5.
Os vencedores de cada grupo avançam diretamente para os quartos-de-final, enquanto as selecções que terminarem em segundo e terceiro após a Fase de Grupos jogarão a ronda de qualificação para as oitavos-de-final da seguinte forma: A2 v B3; B2 x A3; C2 v D3; D2 v C3. Os vencedores se qualificarão para os quartos-de-final.(LANCEMZ)
“Não iremos facilitar a nenhum adversário” – Pio Matos Júnior, jogador da selecção nacional
“Iniciamos de forma tardia com a preparação, mas estamos todos convictos de que vamos fazer uma boa prova, temos um bom grupo de trabalho numa miscelânea de jovens e não velhos, ou experientes como é o meu caso e acho que vamos dar uma boa luta na prova. As nossas possibilidades são boas, sabemos que a República Democrática do Congo foi campeã na primeira edição e os Camarões é sempre uma equipa complicada, mas nós também não iremos facilitar. Seria importante que fossemos a Luanda alguns dias antes, no entanto partimos no dia 6 de Julho, dois dias antes da prova não vamos arranjar desculpas para não procurarmos ter uma boa prestação. A falta de competição é um factor complicado para os jogadores que vêm de fora de Maputo, como sabe não muitas das equipas fora da província. Em relação a logística, nota-se algumas melhorias, reunimo-nos mais cedo já há duas semanas, temos equipamentos e outros apoios, claro que a situação não vai mudar de água para vinho, pelo não vou parar de insistir que temos demonstrado dentro de campo a nossa valia, na anterior ocasião qualificamos e não fomos, desta vez graças aos esforços da Federação e outros parceiros vamos participar, mas não vou parar de exigir mais para nossa selecção”.
“É um grupo de trabalho excelente” – Malik Camal, jogador da selecção nacional
“Estamos a treinar muito bem e com bastante intensidade, nos treinos bidiários estamos a ganhar o ritmo para chegarmos à prova em boas condições. Para mim como recém-chegado à equipa tem sido um grupo excelente aprender com jogadores mais experientes, estar presente na selecção principal está a ser um sonho que está a realizar-se. Espero estar a bom nível e fazer parte das escolhas finais do Seleccionador”.