A selecção nacional de futebol, Mambas, alcançou um honroso empate a duas bolas frente a sua congénere do Gana no fecho da terceira jornada do Grupo B do CAN-2023. Com este empate, as duas equipas ficam sem hipóteses de continuarem em prova visto que Cabo Verde (7 pontos) e Egipto (três pontos) terminaram na primeira e segunda posição do grupo respectivamente, enquanto que Mambas e Estrelas Negras terminaram a competição com dois pontos.
Por Alfredo Júnior, em Abidjan
Apesar de não ter vencido e não seguir em frente na prova, esta é seguramente a melhor participação de sempre de Moçambique num CAN, em cinco presenças, pois os Mambas somaram o maior número de pontos (2) e marcaram maior número de 4 golos, sendo que nunca antes a nossa selecção havia roubado pontos a colossos e candidatos ao título como o Egipto e o Gana.
O histórico da participação de Moçambique no Campeonato Africano das Nações, mostra que o país já esteve presente em quatro edições (1986, 1996, 1998, 2010), encerrando todas as campanhas na fase de grupos. Ao longo dessas participações, Moçambique disputou 12 jogos, marcando 4 golos e conquistando 2 empates.
REFORMAS APÓS DESAIRE COM CABO VERDE
Depois do desaire com Cabo Verde, Chiquinho Conde promoveu alterações no seu 11, tendo colocado na baliza o guarda-redes Ivan Urubal (para o lugar de Ernan), na defesa Ifren Matola (colocou Macandza no banco) esteve a lateral direito, Nené ocupou o espaço de Edmilson Dove e no ataque Lau King jogou no lugar que habitualmente é ocupado por Stanley Ratifo.
A equipa moçambicana entregou a iniciativa do jogo ao Gana que aos 12 minutos numa jogada aparentemente inofensiva viu Mexer Sitóe supostamente a fazer falta no interior da área de baliza sobre Jordan Ayew, que encarregou-se de cobrar a grande penalidade inaugurando o activo.
Na segunda parte, Chiquinho Conde voltou com o mesmo 11 não refrescando a sua equipa. No entanto, Moçambique melhorou e esteve à beira de marcar aos 47 minutos, mas o cabeceamento de Lau King saiu por cima.
Dois minutos depois numa boa jogada de entendimento, Lau King faz um excelente passe para Bruno Langa que tirou um remate direccionado ao guarda-redes Richard Ofori que controlou o lance à segunda.
Aos 61 minutos Conde fez a primeira mexida no seu xadrez, tirando Witi que esteve apático no jogo lançando Gildo Vilanculos que trouxe outra frescura ao meio campo.
Mas o foi o Gana a ganhar nova grande penalidade contestada pelos jogadores moçambicanos que pediram ao árbitro para ir ao VAR apurar a justeza daquela decisão. O árbitro da Líbia Ibrahim Mutaz A. Ibrahim foi irredutível na sua decisão e manteve a grande penalidade cobrada outra vez por Jordan Ayew que aumentou a contagem para duas bolas a zero, a passagem do minuto 70.
Conde voltou a mexer a equipa dos Mambas saindo Alfonso e entra Domingues e saiu Nené e entrou Ratifo, pouco depois lançou Shaquille no lugar de Lau King cedeu o espaço a João Bonde.
Os Mambas não desistiram e em cima do minuto 90 ganham uma grande penalidade e Geny Catamo não perdoou reduzindo a desvantagem para um golo.
A selecção do Gana ficou mais atrapalhada e intranquila o que foi aproveitado por Moçambique que numa bola parada cobrada por Geny Catamo e numa jogada ensaiada, Reinildo Mandava aparece no lugar certo a cabecear para o fundo das redes, restabelecendo a igualdade na partida, desta feita a duas bolas, bem como a justiça no marcador, quando passavam quatro minutos dos 90 regulamentares.
Os Mambas terminaram assim o CAN-2023 de cabeça erguida, pois não aceitaram ser o cavalo de Tróia do Gana e colocaram em sentido a selecção do Egipto que teve que suar as estopinhas para garantir a qualificação a segunda etapa do CAN-2023.
MOÇAMBIQUE 🇲🇿:* Ivan Urubal, Infren Matola, Nené, Edson Mexer e Reinildo Mandava; Alfonso Amade, Ricardo Guimarães (Shaqqu, Witi Quembo, Geny Catamo e Lau King (João Bonde, 84).