Pela segunda vez Moçambique vai ter uma equipa na fase a eliminar da Basketball África League. Desta feita trata-se do Ferroviário da Beira que derrotou o Cape Town Tigers da África do Sul por 82-76 e assegurou a qualificação para os play-offs da liga profissional africana que terão lugar em Kigali, no Ruanda, de 20 a 27 de Maio corrente. Depois de um jogo impróprio para cardíacos, coube a Ismael “Timo” Nurmomade ser o "maquinista" que conduziu os “locomotivas” do Chiveve para a recuperação de uma desvantagem que chegou a estar em nove pontos no último quarto e dar a volta ao texto que terminou com a vitória do campeão moçambicano que imitou a prestação do Ferroviário de Maputo que na primeira edição da prova também conseguiu chegar a etapa a eliminar da competição.
Por Alfredo Júnior
Tal como já havia acontecido no jogo do último domingo em que a equipa de Luis Lopez Hernandes viu-se à nora no terceiro e último quarto, diante do campeão sul-africano a história voltou a repetir-se. Só que desta vez não foi Will Perry (9 pontos, 10 assistências e 4 ressaltos) a decidir o jogo, pois o base norte-americano foi “secado”pelos adversários muito por culpa dos 41 pontos dois quais 9 triplos marcados na jornada anterior.
E essa situação abriu espaço para o surgimento de novos actores e um deles foi Ismael Nurmomade que depois de ter andado discreto apareceu em grande no último quarto, acertando na linha dos três pontos (marcou duas vezes em três tentativas) e foi deixar debaixo da tabela (concretizou 5 em 10 tentativas), obrigando aos adversários a cometerem faltas, sendo que aproveitou bem a ida a linha de lances livres onde marcou quatro das cinco ocasiões em que esteve nessa situação, terminando o jogo com 20 pontos, três ressaltos e igual número de assistências, concluindo o jogo com um índice de valorização de 18.
Quem também esteve em grande nesta partida conseguindo um duplo-duplo e justificou a sua contratação como jogadores estrangeiros foram o norte-americano Najael Young e o maliano Borouma Sidibé. O americano foi o cestinha do jogo com 26 pontos e 13 ressaltos, com um índice de valorização de 20, enquanto que o poste Sidibé teve a sua melhor exibição na prova ao marcar 19 pontos, ganhar 15 ressaltos e fazer dois importantes bloqueios conseguindo um índice de 26.
Estas performances silenciaram o Cape Town Tigers e os seus apoiantes na arena, com destaque para o antigo campeão da NBA Dwyane Wade que vibrou com a actuação do seu filho Zaire Wade que esteve em grande nível ao marcar 17 pontos, fazer 5 assistências e ganhar 3 ressaltos, bem coadjuvado por outro americano de origem nigeriana Michael Gbinije que contribuiu com 20 pontos, 7 ressaltos e 6 assistências, exibições estas que acabaram por ser insuficientes para evitar a vitória do Ferroviário da Beira.
O jogo foi equilibrado do primeiro ao último quarto. Nos primeiros dez minutos o Ferroviário da Beira saiu em vantagem por 23-22, mas um parcial de 16-17 colocou a partida empatada a 39 pontos ao intervalo. O terceiro quarto voltou a ser de baixa produtividade para os “locomotivas” do Chiveve que marcaram apenas 17 pontos contra 26 dos sul-africanos. Os 11 pontos de diferença favoráveis ao Tigers foram anulados com o parcial de 26-11 registado no último quarto o que permitiu a vitória por 82-76 e consequente qualificação do Ferroviário da Beira para os “play-offs” da BAL que terão lugar em Kigali e que iniciam a 20 de Maio.
Mas antes, os “locomotivas” do Chiveve fecham a sua participação na Conferência Nilo defrontando o City Oilers do Uganda, podendo chegar à terceira vitória na competição que termina no próximo sábado na capital egípcia.
Enquanto isso não acontece o Ferroviário da Beira e o basquetebol moçambicano vai festejando a qualificação aos oitavos-de-final da Basketball África League algo que faz esquecer as dificuldades competitivas que se assiste intramuros. (LANCEMZ)