A reabertura do Estádio da Machava poderá acontecer a dois níveis: a primeira a 25 de Junho para dar lugar a celebração dos 50 anos da independência nacional e a segunda, destinada à prática de futebol, em Outubro aquando das celebrações dos 101 anos do Clube Ferroviário de Maputo. A garantia foi dada por Agostinho Langa, Presidente do Conselho de Administração da empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique, que deu conta que orçamento desta empreitada supera os 10 milhões de dólares (cerca de 650 milhões de Meticais) inicialmente previstos.
Por Alfredo Júnior
Há mais de um ano que o mítico Estádio da Machava foi encerrado por não observar as exigências impostas pela Confederação Africana de Futebol e por tabela pela Federação Moçambicana de Futebol, para acolher jogos oficiais de futebol.
Para dar resposta a estas exigências, decorrem obras de requalificação que foram alvo de uma visita efectuada pelo Ministro da Juventude e Desportos, Caifadine Manasse, Presidente da FMF, Feizal Sidat, acompanhados por Arlindo Langa, que deu a conhecer que a obra de grande vulto manteve o traço inicial do estádio considerado património nacional.
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“É um grande investimento, é do CFM mas é um investimento do Estado Moçambicano, o estádio de Machava é um património nacional e nós na discussão sobre a requalificação quisemos manter o traço inicial do estádio, portanto é, como digo, é um grande investimento nacional de preservação daquilo que é o estádio nacional por tudo o que representa, sobretudo em relação à celebração da independência nacional”, disse Agostinho Langa.
As obras decorrem a um ritmo a contra relógio, tendo em conta o objectivo de realizar as cerimónias de celebração dos 50 anos de independência neste recinto, sendo que a garantia é que só em Outubro é que o recinto estará pronto para a prática do futebol.
“Nós estamos à espera que em Outubro, aproveitando o aniversário do Ferroviário, o estádio esteja em condições de ser utilizado. Bom, se for essa intenção de se poder celebrar aqui os 50 anos, sim, o campo estará em condições, para o futebol não, porque se concretizar a celebração dos 50 anos nós não podemos pôr à relva que precisa de três meses para ser implantada”, explicou o PCA dos CFM.
A reabilitação foi inteiramente assumida pela Empresa Portos e Caminho de Ferro de Moçambique (CFM) num investimento inicial de cerca de 10 milhões de dólares americanos (cerca de 630 milhões de Meticais), valor este que a esta altura está a ser revisto em alta.
“O orçamento aumentou devido a intervenções em algumas áreas, por exemplo, a área elétrica, mesmo o túnel de acesso aos balneários, aquilo que nós inicialmente tínhamos pensado, depois tivemos que evoluir para uma outra solução, portanto, o orçamento deslizou um bocado acima, não vou dizer quanto é que vai ser, porque está mais de 50% acima dos que inicialmente estava previsto”, referiu Langa.
MANASSE SATISFEITO COM DECURSO DA OBRA
Após percorrer os espaços em obra, o Ministro da Juventude e Desportos, Caifadine Manasse, mostrou-se satisfeito com o que viu, estando confiante que no final deste investimento dos CFM Moçambique possa ter uma alternativa ao Estádio Nacional do Zimpeto para acolher jogos oficiais.
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“A direção do CFM merece a nossa saudação e merece o nosso agradecimento. Saímos daqui felizes, porque temos tido problemas de infraestruturas desportivas, há de ver que há pouco tempo nós tivemos que jogar fora porque o nosso estádio do Zimpeto não estava em condições e nós sempre falamos que temos que ter um campo alternativo que é este, que é o campo da Machava e quando chegamos aqui, vimos este grande trabalho que está sendo feito”, elogiou Manasse.
SIDAT DIZ QUE AINDA HÁ MUITO TRABALHO POR FAZER
O futebol continuará a ser o maior e principal utilizador deste recinto e o Presidente da FMF, Feizal Sidat, enalteceu os esforços que estão a ser empreendidos para conferir nova imagem do Estádio da Machava.
“Primeiro, congratular os CFMs por esta coragem e ousadia de reabilitar este mítico Estádio da Machava que sabemos o histórico deste recinto em termos da nossa independência”, referiu o Presidente da FMF.
Sidat deu conta que há ainda muito trabalho por fazer, tendo deixado recomendações para que o recinto possa responder às exigências para que corresponda aos requisitos para o licenciamento do Nível 3 da CAF.
“Há muito trabalho por fazer, mas bastante mesmo. As exigências da CAF, segundo a informação que tive junto dos responsáveis e do próprio Ferroviário, é que quer que os seus jogos a nível internacional sejam aqui, neste recinto. Então, é o nível 3, de que se pretende atingir, os requisitos são apertados e ainda estamos muito aquém daquilo que nós perspectivamos. Agora é preciso ter um responsável, um assessor que entenda na área, que possa ajudar os próprios empreiteiros, os CFM, para que depois não cheguemos no fim e comecemos a partir as paredes de novo”, referiu Sidat.
O dono da obra referiu que está atento às recomendações e compromete-se a observá-las para que o estádio seja aprovado pela CAF.
“Nós desde o primeiro dia que convidamos a federação para nos assessorar, porque nós sabemos que não somos especialistas na matéria e todas as correções que eles levantaram e propuseram vamos tomar em consideração”, afiançou Arlindo Langa.
Inaugurado a 30 de Junho de 1968, com o nome de Estádio Salazar, rebatizado com o nome de Estádio da Machava, foi o palco onde a 25 de Junho de 1975 foi proclamada a independência nacional, tornando-se num símbolo de liberdade e orgulho moçambicano, e transformou-se num dos mais icônicos recintos desportivos de Moçambique tendo sido por longos anos a casa da selecção nacional de futebol. (LANCEMZ)