O Ferroviário de Maputo recuperou a coroa de rainhas da bola-ao-cesto africano após vencer o Al Alhy do Egipto por 72-81 e conquistar o título de campeão continental na final da Liga Africana de Basquetebol (WBAL na sigla inglesa), decorrida na noite deste domingo, 15 de Dezembro, em Dakar, no Senegal. Este é o terceiro título conquistado pelas “locomotivas” da capital do país que já haviam alcançado o feito em 2018 e 2019.
Por Alfredo Júnior
Este é o quarto título de campeão africano conquistado pelo categorizado treinador moçambicano Nasir Salé que já havia ganho o troféu nos anos de 2007 e 2008 pelo Desportivo Maputo e 2012 pela Liga Desportiva de Maputo. Por outro lado, a conquista das “locomotivas” representa o oitavo título de campeão africano alcançado por um clube moçambicano, onde para além dos dois mencionados atrás há incluir os nomes do Maxaquene (1991) e Académica (2001) colectividades que já carregaram o troféu pela Pérola do Índico.
As locomotivas fizeram um percurso imaculado durante a prova, vencendo a fase de grupos sem derrotas nos três jogos realizados, passando com classe na fase a eliminar onde afastaram equipa senegalesa Jeanne D'Arc por 65-44 d nas meias-finais deram ul festival de triplos com Anabela Cossa (a melhor triplista d competição com 8 acertos e 31 pontos) a contribuir para a remontada sobre o APR do Ruanda ao triunfar por 86-71.
LIDERAR DO PRINCíPIO AO FIM
Depois da brilhante exibição no jogo das meias-finais em que Anabela Cossa comandou a remontada sobre o APR do Ruanda, voltou a ser a extremo a ser o destaque no primeiro quarto frente às egípcias. A experiente jogadora voltou a ser certeira dos três, bem como nos lançamentos livres, anotando 12 pontos, colocando as "locomotivas" a vencer por 13-26, ao cabo de 10 minutos de jogo.
No segundo quarto as egípcias entraram bem com a americana Breanna Richardson a pontuar procurando reduzir a desvantagem, mas o Ferroviário de Maputo reagiu por Destin Pitts e Silvia Veloso que acertaram no lançamento exterior dos três pontos e apertaram na defesa. Porém, as egípcias melhoraram no seu jogo, anotando pontos de baixo do cesto por Raneen Elgedawy (6 pontos) e a senegalesa Ndioma Kané (8 pontos) contribuindo para um parcial de 26-20, que, no entanto, mantinha as campeãs moçambicanas na liderança do marcador que no final desta primeira parte indicava 38-46.
Ula sequência de roubos de bola consecutivos de Ingvild Mucauro e Silvia Veloso permitiram ao Ferroviário de Maputo esticar a vantagem para 20 pontos (44-64) quando faltavam por jogar três minutos do terceiro quarto, sendo que esta etapa terminou com um tiro de três pontos de Inga que em cima da buzina colocou o resultado em 50-67.
Com 17 pontos de vantagem, as moçambicanas entraram para os últimos e decisivos dez minutos mais confiantes, Nasir Salé voltou a instigar a sua equipa para um trabalho defensivo colectivo, enquanto na tabela defensiva das egípcias as regras eram impostas pela senegalesa Ndioma Kané que distribuía desarmes.
PRESSÃO EGÍPCIA QUE NÃO RETIRE VITÓRIA DAS LOCOMOTIVAS
Nos últimos dois minutos o Al Ahly passou para uma defesa pressionante a todo campo, roubando bolas, marcando pontos e arrancando faltas colocando o resultado em 72-76 a um minuto do fim. Mas, as “locomotivas” reagiram bem com Bruna Argélio a fazer um precioso passe para Carla Covane que marcou os dois pontos e arrancou uma falta. Na mesma jogada o treinador egípcio Tarek Abouzied foi sancionado com uma falta técnica e acabou expulso o que levou a Anabela Cossa para a linha de lances livres a marcar para as moçambicanas esticando a vantagem para sete pontos (72-79) com 28 segundos por jogar.
As pupilas de Nasir Salé conseguiram segurar a vantagem e Silvia Veloso que fez um duplo-duplo (19 pontos e 11 ressaltos) foi a linha de lances livres sentenciar a vitória das moçambicanas por 72-81, nove pontos que espelham as diferenças entre as duas equipas.
Assim a coroa de rainha do basquetebol africano está de volta a Maputo com esta que é a terceira conquista por parte do Ferroviário de Maputo, sendo esta a oitava vez que Moçambique conquista o título de Campeão Africano de Clubes.
No capítulo individual há a destacar as prestações de Silvia Veloso (18 pontos e 11 ressaltos), Ingvild Mucauro (18 pontos e 7 ressaltos), Carla Covane (16 pontos e 9 ressaltos), bem como de Anabela Cossa (13 pontos) e Stefânia Chiziane (7 pontos e 9 ressaltos) contribuíram para a vitória das moçambicanas. (LANCEMZ)