O treinador do Ferroviário da Beira, Daúto Faquirá, era um homem resignado com a eliminação da sua equipa da fase de acesso da Liga dos Campeões Africanos, perante o Mbabane Swallows de Eswatine, uma equipa que o treinador luso-moçambicano considerou estar ao alcance do campeão moçambicano. Agora, os “locomotivas” do Chiveve dizem que vão apontar as suas baterias no campeonato nacional de futebol onde perspectivam continuar a subir na tabela classificativa e na Taça de Moçambique onde têm a possibilidade de chegar à final.
Por Redacção LanceMZ e José Zangado (fotos)
No final do empate a zero com o Mbabane Swallows que culminou com a eliminação, Daúto Faquirá mostrou-se triste por a sua equipa não ter conseguido transformar o domínio que teve em golos. Faquirá considerou que nos dois jogos a sua equipa dominou o adversário, porém pecou na hora de finalização em que demonstrou falta de capacidade para transformar esse domínio em ocasiões claras de golo.
“Olhando para os dois jogos, se a questão da posse de bola e a questão do domínio contasse, nós iríamos vencer, só que não tivemos capacidade, nos dois jogos, de criar situações claras de golo imediatas. Apesar de termos dominado, faltou-nos a agressividade no ataque, faltou-nos criar situações de golo, faltou-nos romper a densa organização defensiva contrária. O povoamento, em relação como a equipa adversária se posicionou sempre baixa, mas nós não tivemos engenho. Tivemos 90 minutos, sempre com posse de bola, tivemos 3, 4 oportunidades para fazer o golo, com bolas devolvidas pela trave, mas faltou-nos arte, faltou-nos mais capacidade para marcar pelo domínio que nós tivemos. Como tal, fomos penalizados com uma eliminação”, considerou o treinador do Ferroviário da Beira.
O treinador dos “locomotivas” considerou penalizadora a forma como a equipa foi eliminada com golo único marcado pelo Mbabane Swallows em Pretória, na África do Sul, no jogo da primeira mão.
“Em função dos dois jogos, para nós esta eliminação é penalizadora porque somos melhores, mas não conseguimos criar situações claras de golo. E as que criámos, nós, como dissemos, não conseguimos, não tivemos arte para fazer golo. E esta eliminação, obviamente, que é penosa, custa muito para nós, porque quem viu os dois jogos percebe que a nossa equipa tem outros argumentos, mas faltou aquilo que é o mais importante no futebol, marcar golos. Não vale a pena ter a posse de bola, circular, criar situações, mas depois não ter capacidade de agredir a equipa contrária. E custa muito perder assim, perder a eliminatória desta forma”, comentou Faquirá.
DAÚTO ASSUME ELIMINAÇÃO
Aquando da sua contratação um dos objectivos passava pela qualificação à fase de grupos da Liga dos Campeões Africanos e Daúto Faquirá assume a responsabilidade por não ter conseguido levar a “locomotiva” do Chiveve a atracar em bom porto.
“Obviamente que um dos objectivos nossos era entrarmos na fase de grupos. Claro que ao ultrapassar este oponente teríamos um adversário mais difícil pela frente, mas este jogo era um jogo que estava perfeitamente ao nosso alcance. E como tal, obviamente que eu assumo que este jogo, está eliminação, sendo eu o responsável, falhámos porque não conseguimos passar esta primeira eliminatória que estava perfeitamente ao nosso alcance. Assumo que o Daúto, enquanto treinador, responsável pela equipa, não conseguiu levar a equipa a ultrapassar esta eliminatória, nas duas mãos. Como eu atrás disse, fomos sempre melhores, mas faltou aquilo que é fundamental no futebol que é fazer golos”, referiu o treinador.
CANOS VIRADOS PARA MOÇAMBOLA E TAÇA DE MOÇAMBIQUE
Daúto Faquirá referiu que depois da eliminação cabe à equipa concentrar-se nos objectivos que ainda continuam intactos, nomeadamente no Campeonato Nacional de Futebol – Moçambola 2024 e na Taça de Moçambique.
“Olhar um pouco mais para dentro em relação a essa questão sobre o plantel, eu acho que nós temos uma equipa equilibrada. Isto é, obviamente, que é redutor estar a dizer isto, mas nós encontramos uma equipa e estivemos sempre à procura de a melhorar. Ao longo do campeonato temos vindo a melhorar e acredito que vamos acabar num lugar diferente daquele em que estamos. Estamos também perto da fase final, das meias-finais da Taça de Moçambique. Este projeto, esta questão da Liga dos Campeões, é, obviamente, um falhanço, porque nós, nesta eliminatória, tínhamos a obrigação de ganhar este jogo, de passar esta eliminatória”, analisou o treinador. (LANCEMZ)
