Na discussão dos pontos diversos da Assembleia Geral da Liga Moçambicana de Futebol (LMF), realizada nesta terça-feira, 22 de Abril, os representantes dos clubes participantes do Moçambola trouxeram à mesa temas que têm sido debatidos no seio do futebol nacional, com destaque para a mudança da época desportiva, o licenciamento das equipas e o limite de inscrições de jogadores.
Por Redacção LanceMZ
Na ocasião, Junayd Lalgy, patrono da Associação Black Bulls, defendeu a criação de uma comissão para trabalhar especificamente sobre a época desportiva.
“Propunha a criação de uma comissão para trabalhar nesta matéria. Isto é um assunto que vem sendo debatido há anos. E não saímos disto”, disse Lalgy, mostrando-se insatisfeito com a falta de progressos sobre o tema.
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O presidente dos “touros” também lembrou o compromisso assumido pela Federação Moçambicana de Futebol (FMF), no início da época, em relação à rigidez no processo de licenciamento dos clubes, questionando a coerência da entidade máxima do futebol nacional.
“Fomos informados que neste ano não haveria excepções. Que ia ser através de uma plataforma digital, onde não era possível fazer nenhuma alteração. Terminou o prazo, tivemos conhecimento que havia três clubes que não estavam licenciados. Um deles era a UDS. Teria coragem a Federação de tirar a UDS fora do Moçambola?”, questionou.
Do lado do Ferroviário da Beira, o director desportivo Artur Faria abordou as limitações nas inscrições de jogadores, que, segundo ele, dificultam a transição de jovens talentos das equipas B para os plantéis principais.
“Qual é a lógica de ter uma equipa B, se temos dois ou três miúdos que estão a dar nas vistas e não conseguimos puxá-los para a equipa principal, porque estamos limitados?”, perguntou o dirigente dos “Locomotivas” do Chiveve.
DISCUSSÕES DEVEM INICIAR NAS ASSOCIAÇÕES
Convidado a reagir, o presidente da FMF, Feizal Sidat, mostrou abertura para a criação da comissão proposta, mas sugeriu que o debate sobre a época desportiva comece a nível das associações provinciais.
“Em relação à época desportiva, muito tem-se falado e concordo plenamente em fazerem uma comissão. Mas é preciso ter em conta que o futebol não é só Moçambola. Temos a Taça de Moçambique, campeonatos provinciais, Supertaça… Todos esses aspectos. O que nós recomendamos é que baixem um pouco para as vossas associações provinciais. Devem discutir esses assuntos também junto com as associações provinciais, num fórum próprio, e tragam uma proposta. Nós estamos abertos para vê-la”, afirmou.
INTOLERÂNCIA PARA QUEM NÃO CUMPRA COM LICENCIAMENTO
Sobre o processo de licenciamento, Sidat admitiu que este foi o “ano zero” devido à introdução de um novo sistema digital, mas garantiu que, a partir da próxima época, não haverá mais tolerância.
“Este foi ano zero. Foi difícil a introdução porque o clube iniciou este ano. Nós contactámos a Confederação Africana de Futebol (CAF) e pedimos. Mas para o próximo ano, não vamos aceitar, nem que seja a UDS, nem que seja a ABB, vamos ter que retirá-los do Moçambola.”, disse Sidat.
Relativamente ao número de inscrições, Sidat sugeriu o alargamento do limite actual de 30 para 40 jogadores por equipa.
“Em vez de fazer 30, vamos escrever 40. Não há problema nenhum. Nós não estamos aqui a impor. Inscrevam 40 atletas. Os que estão na equipa B, alguns que vocês acham que podem usar para a equipa A.”, completou o dirigente da FMF.
De referir que a realização da 30ª Assembleia Geral da Liga Moçambicana de Futebol, culminou com a realização do sorteio da edição 2025 do Campeonato Nacional de Futebol. (LANCEMZ)