A pugilista moçambicana Alcinda Panguana dos Santos trabalha a todo gás para superar o feito alcançado nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2024 e alcançar as medalhas na olimpíada de Paris 2024 que arranca esta sexta-feira, 26 de Julho, na capital francesa. Alcinda na companhia do seu treinador Lucas Sinóia entra na fase derradeira da sua preparação para esta prova em que os olhos e as esperanças de uma medalha dos moçambicanos estão todos postos em si.
Por Alfredo Júnior em Paris
Depois de conseguir a qualificação para a sua segunda presença numa olímpiada, Alcinda Panguana há mais de seis meses que vem preparando este momento de estreia em Paris, sendo que cumpriu perto de 15 dias de estágio na cidade francesa de Dax, fazendo uma avaliação positiva da sua preparação.
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“Dizer que o estágio correu muito bem, na medida do possível, nós tínhamos um ginásio equipado com todo o material que nós necessitávamos e tinham lá pessoas prontas para nos ajudar. (6:16) Então nós tivemos um estágio muito produtivo e foi bom. Em função do estágio eu espero representar a bandeira condignamente, porque este é o meu real propósito. Chegar ao ringue e fazer com que tudo o que eu aprendi durante os três anos de preparação dê resultados. Espero que eu esteja apta para tal”, disse a pugilista moçambicana.
RESPONSABILIDADES ACRESCIDAS DEPOIS DE TÓQUIO
Na sua primeira presença em Jogos Olímpicos, Alcinda Panguana dos Santos chegou aos quartos-de-final, fasquia essa que pretende superar em Paris, apesar de reconhecer que a competição na capital francesa será mais disputada.
“Em Tóquio, cheguei aos quartos-de-final porque éramos poucas. Agora somos muitas, tenho que fazer cinco jogos para chegar ao ouro. Há que fazer muito trabalho, há que ter muito foco e pouca distração”, disse a pugilista.
Panguana dos Santos já conquistou a medalha de prata em campeonatos do Mundo e de ouro em provas africanas, sendo que representa a esperança de Moçambique em chegar às medalhas em Paris. A pugilista reconhece o peso que carrega nas costas, mas promete de tudo fazer para dignificar essa responsabilidade.
“Sinto esse peso, sim, porque eu sempre que vou a algum campeonato eu tenho trazido medalhas para o país. Então esta também é a minha grande responsabilidade. Não digo que vou trazer, mas prometo trabalhar para chegar até lá. Oxalá que eu não calhe logo com a campeã porque vai ser uma tremenda luta”, referiu a atleta.
Para estes Jogos Olímpicos Alcinda vai competir numa nova categoria, baixou de peso, sendo que passou para a classe dos menos de 66 quilogramas, algo que para si não representa facilidades.
“A dificuldade será ainda maior porque eu saí de uma categoria que era um pouco mais acima e tive que descer um pouco. Ter que descer de peso um pouco envolve muito, muito, mas muito trabalho. Porque tem que trabalhar no peso, tem que trabalhar com resistência, tem que trabalhar com muita técnica. São muitos oponentes que temos que enfrentar para chegar lá. Vai ser um pouco difícil, sim, porque eu saí de uma categoria que eu me sentia bem. Não digo que agora eu me sinto mal, mas sinto um bocadinho de fraqueza. Por quê? Porque eu saí de uma categoria que eu fazia 70 quilos, agora estou fazendo 66. Tenho que trabalhar a dobrar e muito”, refere a atleta.
PORTA-BANDEIRA PELA TERCEIRA VEZ
Na cerimónia de abertura dos jogos, Alcinda será a porta-bandeira de Moçambique na companhia de Matthew Lawrence, que para a atleta representa uma grande responsabilidade visto que é a terceira vez que assume esse papel, depois de Tóquio 2020 e dos Jogos da Commonwealth Birmingham 2022.
“Ser porta-bandeira pela terceira vez, se não me engano consecutiva é uma responsabilidade. Eu sinto que é um reconhecimento enorme, porque a eleição foi feita através de alguns componentes que eu tenho, como a de vice-campeã do mundo, campeã africana. Acho que vou representar condignamente e vou levantar a bandeira até o mais alto possível, até onde eu puder”, referiu a atleta.
Recordar que Alcinda Panguana dos Santos tem a sua estreia na competição prevista para a noite de domingo, pelas 21:52 Horas de Maputo, igual hora em Paris. (LANCEMZ)
