Os pugilistas moçambicanos já conhecem os adversários na primeira eliminatória do torneio Olímpico de Paris 2024. Segundo o sorteio realizado na noite desta quinta-feira, 25 de Julho, Alcinda Panguana dos Santos vai enfrentar a oponente da Eslováquia Jessica Triebelova, enquanto que Tiago Muxanga vai ter como oponente o alemão Magomed Elim Schachidov.
Por Alfredo Júnior, em Paris
Tanto Alcinda como Muxanga vão entrar em cena na fase preliminar da competição, sendo que o primeiro combate está marcado para o dia 28 de Julho, domingo.
Alcinda Panguana dos Santos que baixou o seu peso e vai competir na categoria dos menos 66 quilogramas que tem um total de 20 inscritas. Caso vença o primeiro combate, Alcinda deverá enfrentar a chinesa Liu Yang, que está isenta da fase preliminar nesta categoria.
Por seu turno, Muxanga compete na categoria dos 71 quilogramas perante um pugilista da escola europeia e caso vença o primeiro combate deverá enfrentar o atleta do México Marco Alvarez Verde que está isento da primeira eliminatória.
Instado a comentar o resultado do sorteio, o Seleccionador Nacional, Lucas Sinóia, considerou que a “escolha foi pura não houve favoritismo, será uma luta de igual para igual e veremos o que vai sair”.
GABRIEL JÚNIOR CONFIANTE NUMA BOA PRESTAÇÃO
Já o presidente da Federação Moçambicana de Boxe, Gabriel Júnior, considerou que as expectativas da participação da selecção nacional são altas, tendo em conta aquilo que foi a presença nos Jogos Tóquio 2020 em que a pugilista Alcinda Panguana terminou próximo das medalhas.
“Tiveram 15 dias de estágio e, quando tive a oportunidade de conversar com eles, havia uma grande moral. Como sabe, estar nos Jogos Olímpicos é sempre um momento único, é um momento mágico, é um momento para os melhores do mundo. E eles estão muito esperançosos de que passar o primeiro combate vai ser crucial para a caminhada rumo ao sucesso”, disse Gabriel Júnior.
Ao todo são 300 pugilistas que se encontram em Paris para a Olimpíada, dos quais 24 são africanos onde se enquadram os moçambicanos Alcinda Panguana do Santos e Tiago Muxanga.
“Como sabe, estão aqui os campeões olímpicos de Tóquio, os campeões do mundo. Como pode perceber, significa que se temos 24 pugilistas, provavelmente se tem dois, três pugilistas em cada país, devem ter 10 ou 14 países, os outros ficaram para trás. E nós estamos entre os melhores. Aliás, o boxe moçambicano faz parte do top dos melhores países da modalidade. Estamos muito felizes, estamos muito orgulhosos. Isso significa que é uma responsabilidade muito grande para nós mantermos este processo para as próximas competições que aí vêm”, disse o Presidente da FMBox.
Depois da prestação nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, Gabriel Júnior diz que ultrapassar os quartos-de-final e entrar para a disputa das medalhas seria o grande objectivo para este certame.
“Bom, seria em primeiro lugar conseguirmos alcançar o feito inédito que já tínhamos alcançado, que são os quartos-de-final. Depois daí, passo a passo, buscaremos uma nova meta, um novo recorde. E para nós, como vocês sabem, nos Jogos de Tóquio nós recebemos uma espécie de troféu, que aqui em Moçambique é pouco falado, mas nos outros países é bastante mencionado, que é uma espécie de diploma que coloca os oito melhores atletas, por exemplo, da modalidade de boxe, entre os atletas olímpicos de alta performance. Não temos a Rade, temos a Alcinda. Se conseguirmos chegar aos quartos de final, já batemos o nosso recorde passado. Depois daí, é combate a combate e vamos ver. Quando estás numa competição destas, é tudo ou tudo. Por que não sonhar em fazer os sucessores da nossa menina de ouro, a Lurdes Mutola?”, questionou Gabriel Júnior. (LANCEMZ)