As internacionais moçambicanas Rute Elias Muianga e Deolinda Mulói Gimo colocaram ponto final às suas carreiras gloriosas no basquetebol, onde conquistaram títulos nacionais e africanos e que vinham representando o Clube Ferroviário de Maputo que esta terça-feira, 21 de Junho, decidiu homenageá-las pelos préstimos dados a colectividade e a bola-ao-cesto moçambicano.
Por Alfredo Júnior
Numa memória simples, mas carregada de muita emoção, dirigida pelo Presidente “locomotiva”, Teodomiro Ângelo, que enalteceu o profissionalismo e dedicação das duas atletas que fazem parte da história gloriosa do clube, com a qual conquistaram dois títulos de campeãs africanas, em 2018 e 2019.
Foram mais de 20 anos que cada uma dedicou a bola-ao-cesto moçambicano, tendo conquistado tudo o que havia por conquistar no país, desde prémios individuais e colectivos, pelos clubes por onde passaram, até sentirem que as pernas já não davam para mais uma época, ainda que o Ferroviário de Maputo tenha a dura missão de defender o título africano na prova que vai decorrer em Dezembro próximo, em Maputo.
Rute vem de uma família de desportistas de eleição
Rute Muianga (de 39 anos, ou seja, nascida a 6 de Abril de 1983) começou a dar os primeiros passos no Estrela Vermelha, pela mão do professor Tajú, e transferiu-se depois para o Maxaquene ainda com idade de cadetes onde jogou nos seniores com a indicação do Carlos Ibrahimo Aik.
Em 2003, assina pelo Clube Ferroviário de Maputo que viria três anos depois a sagrar-se vice-campeã africano de clubes numa prova disputada em Libreville, Gabão. Rute Muianga perdeu a final do Taça dos Clubes Africano com o 1º de Agosto, por 86-74 (prolongamento), em 2005. Depois de destas vezes ter estado quase a conquistar um título africano, apenas em 2012 é que ergueu a primeira Taça do Clubes Campeões Africanos ao serviço da extinta Liga Desportiva de Maputo sob a batuta de Nasir Salé. Já regressada ao Ferroviário de Maputo em 2018 conquistou o seu segundo título africano feito alcançado novamente em 2019.
“Eu acho que tenho muito a dar ao basquetebol. Aprendi bastante e posso dar o meu contributo à modalidade, transmitindo a minha experiência às mais novas ”, comentou Rute Eilas Muianga fila do antigo jogador do Maxaquene, Elias Muianga, e irmã do ex-jogador de basquetebol Sete Muianga.
Gimo brilhou dentro e fora do país
Por seu turno, Deolinda Mulói Gimo (de 34 anos, nascida a 15 de Agosto de 1987) fez parte da equipa do Ferroviário de Maputo que, em 2007, em Maputo, ficou em 3º lugar na Taça dos Clubes Campeões Africanos ao vencer o ISPU – hoje A Politécnica- por 63-53. Em 2015, Deolinda Gimo integrou a equipa sénior feminina de basquetebol do CFvM que fechou o Campeonato Africano de Clubes na 3ª posição, depois de vencer o First Bank da Nigéria por 71-54. Em 2018 e 2019, foi coroada como campeã africana de clubes pelo Ferroviário de Maputo.
Gimo conta ainda com passagens por clubes estrangeiros, como o Olivais de Portugal e 1º de Agosto de Angola mais de 20 anos de selecção nacional desde às de formação aos seniores, sendo que foi por esta longa e brilhante carreira que na hora da despedida Gimo não disfarçou ter uma lágrima no canto do olho.
“Sinto-me com o coração partido. Mas o tempo com o sentimento de missão cumprida. Foram momentos de muita alegria e tristeza”, descreveu Deolinda Mulói Gimo para depois acrescentar que “gostava de agradecer ao Ferroviário de Maputo e ao presidente por este momento. Eu não esperava. Não é fácil estar aqui para dizer adeus ao basquetebol. Representei Moçambique durante 20 anos. Espero continuar a ajudar o basquetebol”.
E assim as duas atletas encerraram uma carreira marcada por vários momentos de glórias e com muitos cestos marcados, sendo que as duas atletas se comprometeram em transmitir a sua vasta experiência as novas gerações de basquetebolistas moçambicanos, mostrando os caminhos para o sucesso e longevidade. (LANCEMZ)