Já está terminado o trabalho da Comissão Independente de Inquérito mandatada pela Secretaria de Estado do Desporto paraapurar as causas que estiveram por detrás do imbróglio que ocorreu na Argélia e que envolveu os jogadores da selecção nacional de futebol e a Federação Moçambicana de Futebol (FMF) e que teve como causa a exigência pelos Mambas de 60% dos 400 mil dólares americanos ganhos pelos quartos-de-final no CHAN-2022.
Por Redacção LanceMZ
Foram cerca de duas semanas e meia que a comissão liderada por Pedro Sinai Nhatitima, Juiz Conselheiro do Tribunal Supremo, efectuou a audição dos principais intervenientes neste caso que manchou a presença de Moçambique na Argélia, chegando a ofuscar a inédita prestação que foi a passagem para os quartos-de-final da competição.
Ao longo do processo de audição foram ouvidos Mussá Calu (Médico da Selecção Nacional), Faizal Sidat (Presidente da FMF), Hilário Madeira (Secretário-Geral da FMF), Sidónio Chavisse (Inspector-Geral do Desporto), Victor Matine (Seleccionador nacional-adjunto), Paulo Monteiro (oficial de imprensa) e Chiquinho Conde (Seleccionador nacional).
Refora-se que Eduardo Jumisse (Assistente do Seleccionador nacional), o único dos que esteve em Argel e que viu aplicada uma sansão pela Federacao Moçambicana de Futebol também foi ouvido pela Comissão de Inquérito, apesar de Feizal Sidat afirmar que o mesmo não tem contrato com o organismo máximo do futebol nacional.
Aliás, ao longo da semana finda circularam mensagens trocadas na rede social WhatsApp supostamente entre Eduardo Jumisse e um jornalista, porém a veracidade das mesmas foi desmentida pelo assistente de Chiquinho Conde, segundo revelou ao LanceMZ fonte próxima ao jovem técnico.
Por outro lado, os jogadores também foram alvo de uma audição, pois constituem peça chave a inquirir para se apurar a veracidade dos factos. Os cinco jogadores que chegaram a ser suspensos, nomeadamente Isac de Carvalho, Stélio “Telinho” Erneste, Sadam “Kito”Guambe, Shaquille Nangy e Francisco “Chico”Muchanga foram ouvidos no mesmo dia, tendo em conta que grande parte destes está envolvido em actividades da pré-época nos seus clubes, sendo que alguns ausentaram-se da cidade de Maputo.
A verdade sobre este caso já é conhecida pelos membros da Comissão de Inquérito Independente que dedicou parte do fim-de-semana para sistematizar toda informação recolhida de modo a produzir o relatório que será divulgado ainda no início da presente semana.
Comissão de Inquérito ouviu outras federações
A Comissão Independente de Inquérito foi mandatada para apurar as causas e os factos dos incidentes ocorridos na Argélia, apurar eventuais responsabilidades (havendo) e por último propor medidas correctivas no sentido de no futuro situações do género não voltem a acontecer seja ao nível Federação Moçambicana de Futebol ou em outras modalidades.
É neste âmbito que dirigentes de outras modalidades desportivas praticadas no país e que tem a particularidade de movimentar selecções nacionais foram ouvidas pela Comissão Independente de Inquérito liderada por Pedro Nhatitima.
Saber como funciona e é gerida a questão de premiação aos jogadores ao serviço das selecções nacionais foi um dos motivos da audição dos representantes de outras federações, sendo que a Comissão de Inquérito pretende partilhar esta visão com as entidades estatais e se for o caso propor formas de atuação por forma a evitar a ocorrência de mal-entendidos entre as federações e respetivos atletas, equipas técnicas e pessoal de apoio.
A expectativa é que sejam produzidas recomendações de modo a que possam ser incluídas no regulamento de premiação e de participação dos atletas nos trabalhos das selecções nacionais nas mais diversas modalidades. (LANCEMZ)