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Da Silva rebate Mendes e reclama autoria da FMB no projecto da TottalEnergies  

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Coube a Ilídio da Silva, Secretário Geral da Federação Moçambicana de Basquetebol, rebater os posicionamentos críticos apresentados pelo Secretário de Estado do Desporto, Gilberto Mendes, sobre o papel da FMB no imbróglio da participação da selecção nacional sénior feminina no AfroBasket 2023. Da Silva acusou Mendes de estar a faltar com a verdade, reclamou a autoria do projecto que culminou com o patrocínio da TottalEnergies ao basquetebol moçambicano, tendo reiterado desconhecer o conteúdo do acordo que a petrolífera assinou com o Fundo de Promoção Desportiva sendo este um dos factores que originou a crise na gestão da participação do cinco nacional no AfroBasket 2023.

 

Por Redacção LanceMZ

 

Mesmo antes de rebater os posicionamentos apresentados por Mendes, Ilídio da Silva iniciou a sua intervenção no programa Noite Informativa da STV lamentando a forma como Gilberto Mendes se referiu à FMB. “Dá-me pena ver o Governo a ser representado por um indivíduo como este a representar o Estado e a comportar-se desta maneira, sobretudo pelo facto de nós como povo contribuirmos para o pagamento do seu salário”, disse o Secretário Geral da FMB.

 

Da Silva, que também já foi Director Nacional do Desporto, começou por esclarecer que “não é favor o Governo apoiar ou financiar a actividade desportiva, visto que a Lei do Desporto indica que é uma das obrigações do Estado/Governo apoiar ou financiar as actividades das Federações nacionais.”

 

O Secretário Geral da FMB rebateu a ideia de que a sua instituição não era a autora do projecto que culminou com o envolvimento da petrolífera no basquetebol nacional, ao afirmar que “em 2020 quando iniciamos a preparação para participação no Torneio Pré-olímpico da Sérvia as atletas disseram que havia problemas de dívidas anteriores ao nosso mandato. Foi nessa altura que fomos contactados pela TottalEnergies através da senhora Samira Mulungo que manifestou o interesse da empresa em apoiar a selecção feminina e o encontro teve lugar a 4 de Março desse ano e os contactos interromperam-se devido a COVID-19.”

 

DESCONHECIMENTO DO ACORDO

 

O dirigente da Federação Moçambicana de Basquetebol referiu que o projecto e os contactos foram retomados em 2021. “Nós apresentamos um projecto macro cujo objectivo principal era apurar para a selecção nacional para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, mas que era uma iniciativa estruturante que previa a melhoria do quadro competitivo nacional, estágios pré-competitivos, realização de formação e capacitação de treinadores e árbitros numa planificação apresentada no dia 21 de Maio de 2021, não sabemos o que imperou para levar avante este projecto que tinha o valor de 73 milhões de Meticais”, disse da Silva.

 

“Fomos nós quem contactou a TottalEnergies para apoiar a selecção feminina de basquetebol e como havia muitos interesses e muita gente a submeter propostas para a modalidade, fomos chamados em Setembro de 2021 a SED onde a empresa através do senhor Maxime Rabilloud anunciou que iria apoiar o basquetebol feminino e daí criaram-se comissões de trabalho para viabilizar este apoio, mas até aqui não conhecemos o conteúdo do memorando final que foi assinado com o Fundo de Promoção Desportiva. Não digo que a Federação não tem responsabilidades na movimentação da selecção. Mas o projecto que apresentamos a TottalEnergies é estruturante e iria ajudar-nos a organizar estruturalmente a Federação e por via disso atrair a outros parceiros”, explicou Ilídio da Silva.

 

PLANO PARA KIGALI SUBMETIDA A TEMPO

 

Da Silva desmentiu a ideia de que a FMB apresentou tardiamente a planificação com o devido orçamento relativo à participação de Moçambique no AfroBasket 2023, tendo assegurado que o fez em tempo oportuno.

 

“A nota com a nossa planificação sobre a ida ao AfroBasket 2023 foi enviada à SED a 21 de Março deste ano, com o plano e as necessidades e só recebemos as respostas em Julho, cerca de quatro meses depois. Enquanto não conhecemos o que a TotallEnergies iria cobrir e qual o tipo de patrocínio, ficamos amarrados e sem possibilidade de contactar outros apoios por uma questão ética. Ainda assim procuramos outros apoios que viabilizaram o início dos treinos e equipamentos para a preparação da equipa nacional”, disse Ilídio da Silva.

 

“Se não sabemos quais as contrapartidas que vão ser oferecidas ao parceiro que vai patrocinar em 1 milhão e 200 mil dólares, como é que vou a praça a busca de outros parceiros sem saber que contrapartidas poderei oferecer?”, questionou.

 

Sobre a ausência do Presidente da Federação Moçambicana de Basquetebol em Kigali. Ilídio da Silva disse que "teve um impacto negativo, porque no dia a dia quem lida com as atletas é a federação e nota que o Seleccionador Nacional se ofereceu a trabalhar com a equipa a custo zero fruto das relações que tem com a Direcção da federação. Em eventos deste nível como o AfroBasket é importante a presença do Presidente da Federação para a realização de contactos ao mais alto nível como aconteceu na Sérvia onde conseguimos apoios e parcerias que ofereceram de treinadores do nível da Euroliga que iniciativas estas que só não foram implementadas devido a COVID-19”.

 

O Secretário Geral da FMB foi confrontado com o facto de a federação ter contraído dívidas na casa dos 18 mil dólares relativa a participação da selecção masculina no AfroCAN-2023, tendo referido que as mesmas foram feitas na fé de que se iria encontrar apoios financeiros para viabilizar a presença da equipa de todos nós nessa prova.

 

“Você é preso por ter cão e também preso por não ter cão. Quando decidimos que a selecção não participaria numa prova africana o Governo veio dizer que não deveríamos ter tomado essa decisão. A selecção partiu para Angola com a promessa de que haveria conseguir os fundos e a selecção participou na fé de que conseguiríamos resolver o assunto. Tivemos garantias de que teríamos as condições de alojamento e alimentação, negociamos com a nossa congénere Angola e esta situação também acontece com outras selecções africanas, pois no basquetebol continental não temos rendimentos que vem da nossa confederação”, disse Ilídio da Silva. (LANCEMZ)

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