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Sidat: apuramento para Paris 2024 seria difícil por isso abdicamos dos sub-23

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O anúncio da desistência de Moçambique da participação nas eliminatórias de acesso aos Jogos Olímpicos Paris 2024 através da selecção nacional sub-23, continua a merecer crítica por parte dos amantes do futebol, o que levou ao Presidente da Federação Moçambicana de Futebol (FMF), Feizal Sidat, a explicar o porquê desta decisão. 

 

Por Redacção LanceMZ 

 

Em entrevista ao RM Desporto, Sidat voltou a evocar questões financeiras e de expectativas de resultados desportivos como tendo pesado para esta decisão, visto que a FMF considera ser um investimento oneroso para uma participação onde Moçambique dificilmente conseguiria a qualificação.

 

O timoneiro do organismo mais alto do futebol moçambicano referiu que as contas da FMF não conseguem comportar a movimentação de todas as selecções, visto que há muitos combinados nacionais que estão em movimento na mesma altura.

 

“Nós temos a selecção A, temos o combinado do CHAN que nesta semana vai jogar com o Malawi, temos a selecção de Sub-20 que envolve muitos atletas de Sub-23 que está a preparar-se para defender o título em ESwatini, temos a selecção futsal que vai seguir para Tailândia, temos a selecção de futebol de praia que vai a Durban e depois está a preparar-se para o africano em Vilankulos, temos a selecção de femininos que vai a Port Elizabeth, portanto temos várias equipas em diversas modalidades e categorias que estão em movimento a FMF tem exiguidades de fundos e também temos que o Governo também tem limitações de valores para além de terem prioridades para o apoio o que temos que compreender”, explicou Feizal Sidat.

 

Por outro lado, o Presidente da FMF disse que Moçambique não é o único país africano a tomar decisão desta natureza, afirmando que “não é só Moçambique, dos 54 países africanos cerca de 40% não vai participar nestas eliminatórias de acesso aos Jogos Olímpicos Paris 2024 onde apenas três selecções se qualificam, iríamos jogar com as Maurícias e depois com o Gana e se ganhássemos encontraríamos combinados de grande nível como a Nigéria e achamos que para nós ainda não é prioritário a participação da selecção sub-23 neste etapa de apuramento, temos o nosso foco com na formação de treinadores e outras actividades”.

 

“MOÇAMBIQUE NÃO É ÚNICO A DESISTIR E CUSTOS SÃO ELEVADOS”

 

Instado a explicar como o nome de Moçambique constou no sorteio e o anúncio da desistência foi efectuado no mesmo dia em que ocorreu a organização dos jogos, Sidat deu conta que “nós endereçamos a nossa desistência com antecedência, muito antes do sorteio enviamos uma carta à CAF e eles decidiram manter para evitar realizar o sorteio com número ímpar de equipas, tal como aconteceu com o Zimbabwe na definição dos jogos para o CHAN em que mesmo suspenso pela FIFA a confederação manteve este país, daí que temos o Malawi que apurou-se sem jogar, dai que há que frisar que não haverá nenhuma penalização por não participarmos nesta qualificação”, elucidou o presidente da FMF para depois questiona: “porquê que Moçambique com as dificuldades financeiras que tem tem que entrar em todas provas e em todas categorias?”.

 

Feizal Sidat referiu-se aos elevados custos que estariam por detrás desta participação, revelando que “para as duas eliminatórias os custos seriam acima de 150 mil dólares americanos, para ir as Maurícias seriam necessários cerca de 60 mil dólares e caso vencessemos para ir ao Gana teríamos que investir 90 mil dólares. Sabemos que o nosso apuramento seria bastante difícil por isso é que abdicamos da participação nesta categoria”.

 

HÁ ESPERANÇAS PARA OS SUB-17

 

Entretanto, o Presidente da FMF clarificou que “em relação a selecção sub-17 ainda não hou desistência estamos a articular com a Secretaria de Estado do Desporto estes jogos da AUSC estão sob alçada dos governos da nossa zona subsaariana, sabemos são jogos que constam da planificação do governo que tem de ter orçamento para os mesmos. Recebemos uma carta da SED a pedir valores para estes jogos ao que respondemos que não temos dinheiro, mas a boa nova é que o Secretário de Estado do Desporto orientou para que continuemos a treinar visto que os jogos são em Dezembro e faltam 90 dias há ainda tempo para a organização”, disse Feizal Sidat.

 

A Federação Moçambicana de Futebol revela que continua a apostar nas camadas de formação até porque esta é uma categoria de desenvolvimento que nós temos, mas desde que haja orçamento a selecção sub-17 irá viajar para o Malawi. A movimentação destas categorias requer algum investimento, dado que há testes de confirmação de idades que devem ser feitos antes e isso está avaliado em cerca de 40 a 50 mil meticais por atletas, masculinos e femininos”, referiu o Presidente da FMF. (LANCEMZ)

 

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