O presidente da Federação Moçambicana de Basquetebol (FMB), Roque Sebastião, colocou o seu cargo à disposição, facto anunciado no final da manhã desta quinta-feira, 10 de Agosto, numa conferência de imprensa destinada a esclarecer os contornos da participação da selecção no recém terminado AfroBasket 2023, em que Moçambique terminou na quinta posição.
Por Redacção LanceMZ
Três dias depois do regresso do combinando nacional de Kigali, a Direcção da FMB chamou a imprensa para apresentar o seu posicionamento face ao acorrido no Ruanda, tendo Roque Sebastião referido que em face a uma série de acontecimentos já não havia condições para a sua continuidade no leme da bola-ao-cesto nacional.
“Tenho poucas condições para continuar a trabalharem por via disto, tendo em conta que temos família, saúde e em algum momento tomaram conhecimento que durante a campanha do Zimbabwe passei um pouco mal, e para não continuar a ter estas situações que já preocupa também a minha família, anunciou que coloco o meu cargo à disposição para o bem do desporto, da modalidade e para o bem fa minha saúde”, disse Roque Sebastiao.
PROBLEMAS DE COMUNICAÇÃO
Instado a aprofundar ainda mais esta sua posição, Sebastiao referiu que “a natureza das questões que vai surgindo de tempo a tempo poderia ter anunciado a minha posição antes, mas agora que estamos há três meses do fim do mandato, vale a pena por o lugar à disposição porque todas condições e cenários levam-me a tomar esta posição e entregar o destinos da FMB ao Presidente da Mesa da Assembleia Geral”.
Em relação a polémica relativa a reclamação do pagamento de subsídios as atletas e oficiais da delegação Moçambicana que esteve em Kigali, Roque Sebastião, revelou que derivou-se a falta de comunicação, tendo em conta que a gestão das questões administrativas e financeiras da selecção esteve ao cargo do Fundo de Promoção Desportiva que gere directamente o contrato de patrocínio com a TottalEnergies, sendo que a FMB desconhece o conteúdo do acordo estabelecido para o patrocínio ao combinado nacional sénior feminino.
"A Federação não conhece até hoje os termos de acordo que veiculam o patrocínio relativo a equipa sénior feminina de basquetebol", o dirigente diz que até teve promessa de que tem as despesas asseguradas, "ficamos a cobrar o momento em que todas essas promessas seriam desembolsadas".
PAGAMENTO DE SUBSÍDIOS
Roque Sebastião diz que as soluções para o pagamento dos subsídios dos integrantes da comitiva moçambicana foram encontradas sem o envolvimento da federação que foi eximida das suas responsabilidades para poder “fazer uma melhor comunicação entre o treinador e as atletas".
“A informação que tivemos é que o processo de transferencia dos valores tinha muita haver com a natureza dos bancos, mas a posterior tomamos conhecimento que depois da reacção do treinador houve desembolso dos outros valores nas contas das atletas e a questão ficou fechada. A questão é: de que forma isso ocorreu, se foi na mesma natureza das transferências ou não, mas nos pareceu que não. E é ai aonde está o problema, só depois das queixas do treinador é que os valores foram disponilizados a correr”, disse Roque Sebastiao.
Refira-se a Federação Moçambicana de Basquetebol não esteve representada ao mais alto nível em Kigali, Ruanda, “porque só viajaram 22 pessoas contando com as 14 atletas que participaram do AfroBasket, tendo a FMB sido excluída da delegação por razoes que desconhecemos”.
A Direcção da FMB deu conta que apresentou o projecto de participação no AfroBasket 2023 em tempo útil, ou seja, em Março do presente ano, logo após o regresso da fase de qualificação que aconteceu em Bulawayo, no Zimbabwe. De acordo com o projecto elaborado pela FMB a participação na prova de Kigali estava orçada em 8 milhões de Meticais.
“Apresentamos o programa que nos foi proposto pela equipa técnica que previa treinos bidiários, toda logística como lanches, bolas e subsídios de treino e de transporte tendo em conta que temos jogadoras profissionais como sempre foi prática e também apresentamos ao Fundo de Promoção Desportiva o pagamento de honorários para equipa técnica e outros oficiais, para além de todas despesas relativas ao uso dos recintos desportivos do Maxaquene e Desportivo Maputo em que contribuímos com o pagamento de energia para iluminação dos pavilhões durante dos treinos. Fizemos também a previsão de realização de um estágio e determinamos o início do trabalho em Junho só que até essa altura não havia condições para iniciarmos com os nossos trabalhos”, revelou Roque Sebastião.
Roque Sebastiao deu conta que só depois de alguma insistência é que a FMB ficou a saber do que seria coberto pelo patrocínio da TottalEnergies, algo comunicado já em cima das datas previstas para o arranque da preparação da selecção.
“Tivemos encontros com FPD no sentido de viabilizar o orçamento para iniciarmos a actividade e só a 3 de Julho é que passamos a saber quais as rubricas o patrocinador oficial acomodava e uma das primeiras rubricas que não contemplava era o subsídios de treinamento. Tínhamos previsão de partir para Turquia para o estágio no dia 14 de Julho, mas no receio de que as condições não estivessem ainda alinhadas avaliamos com a equipa técnica a mudança do plano tendo se decidido pelo estágio em Kigali, aonde conseguimos acordar jogos de controle com o Senegal e com o Ruanda”, disse o presidente demissionário.
Roque Sebastiao ocupou a presidência da FMB desde 2019 e sucedeu no cargo a Francisco Mabjaia que actualmente ocupa a prescindencia da Mesa da Assembleia Geral do órgão reitor do basquetebol nacional.(LANCEMZ)
