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Carlos Aik preocupado com inactividade do basquetebol feminino o que afectará planos de preparação da selecção

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Contrariamente ao que se previa a época do basquetebol na capital do país, o maior centro da modalidade em Moçambique, continua oficialmente por abrir, apesar de terem iniciados jogos na categoria de seniores masculinos que são organizados pelos clubes e não pela Associação de Basquetebol da Cidade de Maputo. Esta inactividade preocupa o Seleccionador Nacional de basquetebol sénior feminino, Carlos Aik, que em entrevista ao Jornal O País manifestou a sua preocupação, alertando que este facto poderá influenciar negativamente na preparação da selecção nacional que em finais de Julho e início de Agosto deverá tomar parte no AfroBasket 2023 que terá lugar em Kigali, no Ruanda.

 

Por Redacção LanceMZ

 

Depois de tomar parte na fase regional de apuramento que decorreu em Bulawayo, no Zimbabwe, em que Moçambique conseguiu estar ao mais alto nível, mesmo sem competição interna, Aik esperava que a esta altura as provas já tivessem iniciado ao nível da capital do país, por forma a dar outro ritmo competitivo as atletas do combinado nacional.

 

“Passam, praticamente, três meses do início do corrente ano e ainda não começaram as competições. Isto vai ter implicações naquilo que é a preparação da selecção. Nós idealizámos a preparação da selecção tendo em conta que a competição será em Julho. Idealizámos a preparação em termos temporais, os objectivos e tendo em conta a carga de treinos das atletas. Idealizámos olhando para o facto de os atletas já estarem a competir”, começou por dizer Carlos Ibrahimo Aik.

 

Para o timoneiro da selecção nacional feminina que tem o objectivo de qualificar-se para os Jogos Olímpicos Paris 2024, a falta de competição interna vai afectar a motivação e o estado de forma das atletas, lamentando a falta de planificação na bola-ao-cesto nacional.

 

“É prova disso o facto de, até hoje, as competições ao nível interno não terem dado o pontapé de saída. Portanto, as equipas ainda não estão a competir. Qualquer motivação para um atleta, que treina todos os dias, é jogar uma ou duas vezes por semana. Então, não jogando, naturalmente que o empenho ao longo da preparação e mesmo dos planos que os treinadores têm na sua preparação acabam por ser ‘hadock’. Quer dizer, aquilo é o momento. Quer dizer, não se consegue fazer uma planificação desportiva como deve ser. Isto é problema do nosso basquetebol. Quer dizer, de repente parece que está tudo organizado, mas não está”, lamentou Carlos Ibrahimo Aik.

 

DESORGANIZAÇÃO VS RESULTADOS POSITIVOS DEVERIA SER CASO DE ESTUDO

 

O categorizado treinador moçambicano considerou que a desorganização que se verifica no basquetebol nacional contrasta com os resultados que a modalidade tem obtido, sobretudo ao nível de clubes em masculinos, sugerindo que este deveria ser um caso de estudo por parte de estudantes da área de desporto.

 

“Eu acho que o nosso basquetebol dava um bom tema para uma pesquisa, se calhar alertar os nossos estudantes de educação física para terem isso como reflexão. Ora, vamos ver. Segundo as Nações Unidas, África tem 54 países. Mesmo se consideramos que nem todos os países têm tradição e se preocupam com o basquetebol, mesmo levando isso em linha de conta, temos que dizer que há alguns sucessos que o basquetebol moçambicano vai tendo que distorcer um pouco tudo aquilo que é a realidade. Nós ganhámos a Taça dos Campeões de Clubes, levamos para o pódio os clubes, quando vamos para o pódio ao nível de selecções, quando nos apuramos para os CAN, isto leva a crer – para quem não vive o dia-a-dia do basquetebol moçambicano, para quem não vive a realidade – que nós temos um basquetebol organizado enquanto, na realidade, não é”, chamou atenção Aik. 

 

Refira-se que a falta de competição interna ao nível da cidade de Maputo está relacionada com o facto de a ABCM enfrentar dificuldades financeiras para saldar a dívida de 130 mil Meticais que tem para com os árbitros da modalidade, derivada do facto de os clubes que movimentam a modalidade na capital do país não efetuarem o pagamento das taxas de inscrição, bem como dos valores para o pagamento da arbitragem. (LANCEMZ)

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